quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Substituição por linhas de crédito mais baratas puxará taxa de juros para baixo


SÃO PAULO – O Brasil caminha para uma taxa de juros no crédito à pessoa física cada vez menor. Os motivos, segundo o doutor em economia Roberto Luis Troster, são muitos. Porém, a composição do crédito é um dos mais importantes.

“Na crise, o uso do cheque especial e do cartão de crédito aumentou muito mais que os outros, porque era o que tinha na prateleira. Agora, você já vê esse quadro se reverter: parte da queda na taxa média de juros se dá pelas pessoas que saem do crédito pessoal e vão para o consignado, ou crescendo o uso do crédito imobiliário”, declarou.

Troster atribui a substituição das modalidades de crédito mais onerosas não apenas ao avanço na educação financeira, mas também ao próprio aumento na oferta de alternativas. “Quando a economia se estabiliza, outros serviços começam a surgir”, acrescentou.

A substituição chega a ser tão importante na queda da taxa média quanto a própria redução na Selic, a qual o economista prevê que chegue a 7,75% ao ano em 2016 – saindo dos atuais 10,75% a.a.

Concorrência

O economista aponta ainda dois outros aspectos que devem levar à redução na taxa de juros do crédito à pessoa física nos próximos anos. Um deles é a concorrência entre as instituições financeiras, tanto nacionais quanto estrangeiras, no mercado brasileiro. “Quando ela aumenta, a tendência é ter uma redução de margens (spread)”.

O outro fator é a consolidação. Segundo ele, as pessoas começam a ter mais experiência com ferramentas bancárias e a população endividada fica cada vez menos vulnerável à inadimplência. “À medida em que se baixa a taxa básica de juros, melhora a dinâmica do endividamento e o banco acaba tendo menor margem”, concluiu.

Troster é autor de um estudo sobre o mercado de crédito no Brasil, encomendado pelo Instituto Geoc e apresentado nesta quarta-feira (10) no 6º Congresso Nacional e 8º Congresso Latino-Americano de Crédito e Cobrança, realizado em São Paulo.
Fonte site: http://dinheiro.br.msn.com/suascontas/artigo.aspx?page=0&cp-documentid=26294790. Acesso em 11 de novembro de 2010.

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